Epílogo - Rascunho

Pelos mortais é chamado de inferno, por seus moradores foi denominado Abismo. Uma entidade de forças inexplicáveis e imensuráveis. Um imenso vazio, um buraco sem fim, sem luz, e ao mesmo tempo em que se sente só, sente que muitos lhe observam. Todos vão parar lá, sem importar origem, o que fez, entre outras coisas. Tudo é questão de tempo para ser sugado para o Abismo. Onde seus sentimentos são sugados, suas emoções esmagadas, seu corpo só sobra para poder sentir dor. Nenhum de seus condenados sabe se existe uma força pensante, é um grande mistério. E misteriosamente essa entidade conseguiu jogar uma parte de sua força para fora de seu plano, com a intenção de atingir algo no mundo mortal, provavelmente sem saber o que iria acontecer.

Lucita vivia em um vilarejo ao norte da Espanha no ano 600 D.C. tinha duas filhas e mesmo assim era uma linda mulher de corpo invejável. Era conhecida na vila por ajudar a todos, e mesmo ajudando a todos e sendo desejada por quase todos os homens, era totalmente desrespeitada perante os moradores. Foi em uma noite, após um pequeno cochilo na tarde, onde tudo mudou.

3 de abril do ano de 600

Emoções sugadas, alegrias fragmentadas, ódio cem vezes maior, grades da vingança abertas, uma sombra inunda um ser. Um ser se levanta, olha para os lados, sorrir, ninguém parece notá-lo. Suas mãos? Parecem ser de uma frágil mulher. Seus olhos refletem a luz da lua em uma escuridão que parece mais vim das profundezas do Abismo. Seus cabelos escuros como a noite. Seus lábios vermelhos, sedentos por sangue. Todos estão indo dormir, mal sabem o que terão no último sonho, e algo os garante que será um pesadelo sem fim. As portas se fecham, o silêncio domina o local, algo se levanta de seu humilde local de repouso. Caminha até duas crianças que dormem no mesmo aposento. Um sorriso aparece no canto da boca, tentáculos saem das sombras das paredes, criaturas abismais ondulando em direção a esses pequenos seres. Vão passando lentamente por seus corpos, até chegarem ao pescoço. Assim apertam com uma força esmagadora, fazendo espirrar sangue na face tenebrosa de seu controlador. Esse vai até um recipiente com água no canto dos aposentos. A face é a mesma, Lucita.

Nunca mais se teve notícias de algum morador desse vilarejo.

1 comentários:

  1. Anônimo disse...

    adoro o que tu escreve  


 

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